Pesquisa Quantitativa

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Noções básicas sobre a pesquisa científica

Toda pessoa que se deparou com a necessidade de desenvolver um trabalho científico, desde um TCC ou monografia até uma dissertação de mestrado ou tese de doutorado, seja em nível de iniciação científica, na graduação, ou e na pós-graduação, poderá se esbarrar com esta abordagem de pesquisa.

Toda pesquisa trata-se de um processo que é, essencialmente, sistemático.

Devido a isso, tem-se, como objetivo, oferecer respostas aos problemas propostos. Assim sendo, a pesquisa toma forma a partir de um processo de múltiplas etapas, perpassando pela formulação do problema, pela apresentação do marco teórico e metodologia e pela discussão dos resultados.

É válido afirmar que uma pesquisa sistematizada é crucial para que qualquer trabalho acadêmico ganhe validade, e, para isso, os objetivos, problemas de pesquisa e metodologia precisam estar bem definidos. A abordagem de pesquisa é elementar.

Definindo a pesquisa quantitativa

A primeira coisa que é preciso reiterar acerca desta abordagem de pesquisa é que, de maneira lógica, a pesquisa quantitativa pode ser deduzida já pelo nome que recebe, uma vez que aponta para a ideia de quantidade. Assim sendo, manter isso em mente é importante para entender o escopo desta abordagem.

Ela é interessante para todas aquelas pesquisas que precisam mensurar e quantificar dados diversos, como, por exemplo, para obter certos dados que vão confirmar ou contestar as hipóteses iniciais elencadas por uma pesquisa, bem como operar com mensurações diversas. Em razão disso, o trabalho em desenvolvimento pode chegar à resposta mais apropriada ao problema de pesquisa elencado pelo estudo. Há que se afirmar, também, os cuidados a serem tomados na pesquisa quantitativa.

Nesta possibilidade, é papel do pesquisador se concentrar, apenas, na descrição factual dos resultados coletados.

Cuidados implicados na pesquisa quantitativa

Em virtude das limitações deste tipo de abordagem, o pesquisador deve tomar alguns cuidados. Como pede a referida proposta, todos os aspectos subjetivos associados às respostas, por exemplo, dos entrevistados, devem ser deixados de fora, uma vez que este é o papel da abordagem qualitativa.

Cuidados implicados na pesquisa quantitativa

Caso deseje unir as duas coisas, aposte em uma pesquisa quanti-quali, se o seu objeto de estudo assim o permitir. Manter isso em mente é crucial, visto que tanto a interpretação quanto às análises dos elementos subjetivos imbrincados em um tema de pesquisa aponta para a escolha de outros métodos de pesquisa, típicos, portanto, da abordagem qualitativa.

Essas limitações estão intimamente relacionadas com a finalidade da abordagem quantitativa. Cada proposta aponta para a necessidade de certas escolhas, para uma certa ótica acerca do objeto em análise.

Finalidade de uma pesquisa quantitativa

Diante do cenário que apresentamos, podemos, finalmente, compreendermos o papel da pesquisa quantitativa. Ela tem, como objetivo, a verificação de uma certa hipótese a partir de mecanismos estatísticos. Para tanto, coletou-se dados taxados como concretos e quantificáveis, isto é, parte-se de números. São esses números, que podem ser apresentados a partir de elementos visuais, como gráficos, figuras e tabelas, que fornecem base à análise.

A fim de que seja possível chegar a tais números, o pesquisador baseia-se em questionários ou em outras formas de entrevista. Tais instrumentos contam com questões que irão coletar opiniões e dados que, posteriormente, serão agrupados e analisados a partir da ótica estatística e dos seus elementos.

Para que a abordagem possa ser colocada em prática, deve ser aplicada a uma amostra representativa, pois apenas dessa forma os resultados serão válidos.

A amostragem de pesquisa

Com o intuito de aplicar a pesquisa quantitativa da maneira adequada, um dos aspectos mais decisivos que irá ajudar o pesquisador a colocar a abordagem em prática é a definição de uma amostragem de pesquisa.

A amostragem de pesquisa

Contudo, para que a amostragem forneça os dados necessários à análise, é de suma importância que a amostragem em questão seja representativa, isto é, as características do grupo no qual o estudo está se baseando devem ser trazidas à discussão para que o leitor entenda o contexto que está sendo levado em consideração pela pesquisa.

Tal amostragem irá fomentar dados interessantes e precisos ao trabalho acadêmico em desenvolvimento, independentemente da modalidade, seja no contexto da graduação ou da pós-graduação. Explicitada a finalidade da abordagem quantitativa, pode-se, neste momento, apresentar as suas devidas características.

Características gerais da pesquisa quantitativa

Diferentemente do que ocorre com a pesquisa qualitativa, os resultados e inferências da abordagem quantitativa podem ser quantificados, isto é, mensurados e apresentados a partir de estatísticas.

Essas amostras, geralmente, são grandes. Ademais, são consideradas, também, como um elemento que representa toda uma população. Devido a isso, os resultados são entendidos como aspectos que constroem um panorama real acerca da população adotada pela pesquisa em questão.

Dentre os principais aspectos que definem a pesquisa quantitativa, há alguns que se destacam. Trata-se de uma abordagem que preza pela objetividade, e, desse modo, é influenciada pelo positivismo, e, assim, parte-se da ideia de que a realidade apenas pode ser compreendida por meio da análise de dados “brutos”. Tais dados são coletados a partir de instrumentos padronizados e neutros.

A linguagem da pesquisa quantitativa

A linguagem da pesquisa quantitativa

Em virtude das características deste tipo de abordagem, a pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para tecer as suas considerações. A partir dessa linguagem, descreve as causas relacionadas a um fenômeno, bem como aponta as relações entre as variáveis, dentre outros aspectos.

Diversos especialistas em metodologia científica ressaltam que a combinação da abordagem quantitativa e qualitativa, conhecida como quanti-quali, permite, ao pesquisador, a coleta de dados de uma forma mais significativa caso sejam utilizadas de forma isolada.

Também é pertinente conhecer as diferenças entre as duas possibilidades. Enquanto a pesquisa quantitativa parte de uma visão positivista, logo, lógica, tende a enfatizar o raciocínio dedutivo, as regras da lógica e os atributos da experiência humana que podem ser mensurados.

A pesquisa qualitativa, por sua vez, reitera uma outra lógica, uma outra forma de entender a pesquisa.

Diferenças entre a abordagem quantitativa e qualitativa

Enquanto a pesquisa quantitativa enfoca na lógica e no que pode ser mensurado, a pesquisa quantitativa parte de um outro lugar. Esta última salienta todos os elementos dinâmicos, holísticos e individuais relacionados às mais diversas experiências e necessidades da vida humana.

O intuito é o de entender o contexto de todos aqueles que estão vivenciando um certo fenômeno/experiência. Há outros elementos que diferenciam as duas abordagens. A pesquisa quantitativa enfoca em uma quantidade menor de conceitos. A pesquisa é iniciada com ideias pré concebidas, relacionando tais ideias com tais conceitos.

Utiliza-se de procedimentos estruturados, bem como de instrumentos formais para coletar os dados. Esses dados são coletados de forma controlada. Na coleta e análise de dados, enfoca-se na objetividade. Os dados numéricos são observados a partir de procedimentos estatísticos e matemáticos.

Colocando a pesquisa quantitativa em prática

Agora que você já conhece o cenário que permeia a pesquisa quantitativa, é importante saber como colocar esta abordagem de pesquisa em prática. A primeira coisa que você precisa levar em consideração são as exigências implicadas com a escolha do uso da pesquisa quantitativa.

Colocando a pesquisa quantitativa em prática

Este processo tem o seu início já com a definição do problema de pesquisa com o qual você deseja trabalhar. Devido a isso, julgamos que é pertinente abrirmos um parêntese para entendermos um pouco mais sobre a definição de tal problema de pesquisa. A fim de que uma metodologia de pesquisa possa ser colocada em prática, antes, deve-se definir alguns elementos básicos.

Sem eles, um estudo não pode, ao menos, começar a ser desenvolvido. Esses elementos são o próprio problema de pesquisa, os objetivos, isto é, os caminhos que percorrerá para atender esses objetivos e a metodologia.

Os elementos básicos da pesquisa científica

Você perceberá que esses três elementos – problema de pesquisa, objetivos e metodologia científica – caminham de forma conjunta, de modo que falar de um implica a discussão sobre o outro, uma vez que a pesquisa apenas se torna válida se eles caminham de forma conjunta.

Sobre o primeiro elemento, é pertinente destacar que ele se trata de um problema, fenômeno, demanda ou necessidade. Este problema aponta para algumas questões essenciais.

Em primeiro lugar, o problema precisa ser sensível à realidade brasileira, isto é, a demanda, fenômeno ou necessidade precisa estar ligada ao nosso contexto. Você poderá, também, trabalhar com uma região específica de nosso país, uma vez que se admite que o problema de pesquisa atinja a sociedade como um todo ou parte dela, neste caso, um grupo social específico.

O grupo social com o qual irá trabalhar

O grupo social influenciará na escolha deste problema. Cada região de nosso país aponta para problemas e demandas específicas, e, desse modo, mesmo que o problema com o qual deseja trabalhar seja algo global, ele poderá ter que ser redefinido, caso queira trabalhar com este grupo em específico. Feitas essas considerações, podemos retomar o problema em si. Além deste problema precisa ser sensível à realidade com a qual deseja trabalhar, é crucial, também, que ele remete a algo que estamos vivenciando neste momento.

Em outras palavras, é preciso avaliar o que impede a qualidade de vida neste contexto, devemos escolher algo atual e que seja relevante para o grupo com o qual desejamos trabalhar e contribuir. Pode ser que o seu problema não tenha uma solução, porém, não significa que o seu estudo não é válido, pois todo estudo propõe um novo olhar e reflexão, ajudando outros a chegarem a uma solução.

Aplicação da pesquisa quantitativa

Feitas as devidas considerações sobre os pilares da pesquisa científica, podemos voltar nosso olhar, novamente, para a aplicação desta abordagem de pesquisa. É natural que o próprio tema com o qual deseja trabalhar indique se há ou não a necessidade de coletar, bem como de analisar os dados por meio de dados estatísticos, apoiando-se na linguagem matemática, ou a partir de outros meios, qualitativos (ou mixando os dois).

Com isso, queremos chamar a sua atenção para o fato de que caso o seu objeto de estudo peça por evidências que possam ser quantificáveis, isto é, mensuradas, a fim de que o contexto seja melhor compreendido, então, as técnicas de pesquisa que serão aplicadas neste estudo específico serão quantitativas, conferindo, portanto, a referida qualidade (quantitativa – lógica – dedutiva) à pesquisa em desenvolvimento.

As técnicas de pesquisa na abordagem quantitativa

Conhecer quais dados são necessários à produção e desenvolvimento do trabalho é crucial. É importante, também, saber quais dados deverão ser coletados a fim de que o planejamento da pesquisa quantitativa seja ensejado. Assim sendo, o pesquisador deverá optar pela melhor abordagem e, na sequência, o seu papel é o de descrever as técnicas relacionadas e essa coleta de dados (técnicas típicas da pesquisa quantitativa). Deve-se, ainda, respeitar o escopo do trabalho em questão.

As técnicas implicadas na pesquisa quantitativa, em geral, baseiam-se na elaboração de questionários e entrevistas. Esses podem ser colocados em prática de forma presencial ou virtual, uma vez que os aplicativos, softwares e plataformas digitais ajudam o pesquisador a chegar a tais resultados rapidamente. Pode-se contar com o telefone, e-mail, formulários impressos, aplicativos, dentre outras múltiplas possibilidades.

A proposição de perguntas na pesquisa quantitativa

Após conhecer quais são as técnicas de pesquisa quantitativas e escolhê-las, é chegado o momento de selecionar as perguntas que irão ajudar você, enquanto pesquisador, a chegar às respostas necessárias à análise do objeto de pesquisa definido. Em relação à estrutura dessas perguntas, o ideal, em virtude da proposta, é que elas sejam objetivas, curtas e claras. Evitar possíveis confusões para os respondentes da pesquisa é crucial. É comum que as perguntas sejam de múltipla escolha. Ademais, cumpre afirmar que a escolha da técnica de coleta a ser aplicada relaciona-se com a próxima etapa do planejamento da pesquisa.

Estamos nos referindo à seleção da amostra a ser pesquisada. Por exemplo, caso você deseje propor um estudo para saber quantos brasileiros apoiam uma certa pauta do governo, precisaria selecionar uma amostragem que abranja o território nacional como um todo.

Em virtude de tal cenário, nesse caso, apoiar-se na pesquisa quantitativa seria o mais ideal, e, assim, fazer uso de questionários aplicados via e-mail, telefone, formulários ou aplicativos ajudaria o pesquisador a chegar a esses dados necessários de forma mais rápida e dinâmica.

Por outro lado, no caso de uma pesquisa local, em que o estudioso concentrar-se-ia apenas em uma parcela da população brasileira, selecionando, então, um estado e/ou município específicos, poder-se-ia optar pelas entrevistas presenciais. Porém, hoje, a partir de plataformas online, pode-se chegar a esses resultados de forma mais rápida, sem que os colaboradores precisem sair de suas casas.

Aplicando a pesquisa, chega-se à apresentação dos resultados, pode-se recorrer aos números, dados, tabelas e gráficos para demonstrar os resultados, sem se prender às análises subjetivas para propor reflexões.

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